sexta-feira, 18 de maio de 2012

Um texto que começa do meio.


   Do pôr do sol se fazem estrelas.
   E de estrelas se fazem desenhos, e de desenhos se fazem delírios.
   E as nuvens tudo cobrem, ainda que as estrelas se movam procurando um pedaço de céu limpo.E deslizam e morrem devagar.
   E o som de fundo que ali faltava, passa a não caber.
 Porque as palavras preenchem como notas, os olhares soam como melodias. Beijos como doces acordes que apagam por horas coisas que de tão ruins, gravaram-se na mente.
 Seriam dias esquecidos que de tão lentos machucariam, seriam dias aquecidos com pedras de gelo e temperados com lágrimas salgadas.
     Seriam dias difícieis, enfrentados no calor da emoção, no frio da solidão.
  As palavras me escapam, me enganam.Estados de espírito que me tomam e me apagam.
  Quando você chega no meio do caminho, e não sabe mais. E todas as direções parecem estar um pouco erradas.Ainda que lhe façam feliz por alguns minutos, e lhe preencham por alguns dias.
   quatrocentos dias me fizeram mais velha, desde o último momento em que eu consegui realmente sentir.
  Milhares de mentiras me fizeram mais fria, e eu não sei se consigo ver isso da mesma maneira.E se há a distância para separar, os olhos se fecham...
  Ultimamente tenho pensado, quem vai ocupar o meu lugar.
E quando eu me for, você vai precisar de um amor pra iluminar as sombras no seu rosto.
Quando eu me for, você vai ficar bem?
Fuja com meu coração, leve minhas boas partes com você... e mantenha-as longe de mim.
Porque lentamente eu estou estragando tudo.
   Quando você não tem tanta força assim, e ninguém sabe o que você sente... viver para ser inesquecível torna-se a mais sensata das opções.Viver para ser uma imagem, uma lembrança.Uma parte em alguém, que nem todo o tempo e toda a mágoa do mundo poderia apagar.Uma parte em alguém...que nunca morre. Nunca quebra, nunca acontece de verdade.
   




Camila B.



 
  

  

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