domingo, 16 de junho de 2013

Nunca entendi

 ...como me sentia tanto.
Cabia nos meus incompreensíveis acessos de exagero como um fragmento longínquo que não fora jogado longe com o a força do impacto, mas eu ainda pudesse alcançar.
Achava hilário quando eu perdia a cabeça, e era grossa sem motivo nenhum, e ás vezes, juro que parecia entender um pouco do caos que conduzia meu coração.  Mais incrível do que qualquer uma de suas habilidades, ele sabia ser incondicional, e eu nunca havia me deparado com algo do tipo.
Demorou pra entender como funcionava, e no começo, pareciam palavras sorteadas e superficiais.
Sempre estava ali, no outro lado do país, onde eu não podia, mas me sentia perto. Estava mais próximo do que alguns vizinhos, amigos, colegas, conhecidos de shows, namorados e ex's.
Encarava mais os meus problemas do que aqueles de quem eu realmente esperava alguma coisa, me trazia mais sorrisos do que aqueles a quem eu fazia rir.  
Superava mais expectativas do que aqueles sobre quem eu mantinha as minhas.
Não era uma pessoa tão fácil assim, exigia atenção, e mais aconchego do que eu estava disposta a dar. E eu não entendia exatamente, o que dele transbordava. Então percebi, que era o faltava dentro de mim.
Ás vezes ele me assustava, porque era zeloso demais, e eu não entendia.
Por vezes me dera calor demais, tão mais do que eu cuidadosamente esperava, mais do que meu otimismo se esforçava em aguardar.
Quem diria, e quem dirá, que me mostrou o valor das coisas realmente importantes, e sutilmente me fez esquecer do que me era essencial aos olhos.
Ele não era só mais um, porque nenhum deles tinha sido... era obviamente especial em sua singularidade. E continha uma firmeza que a mim não existia, uma doçura que não dava em si, que nem os olhos castanhos médio, tão quentes e certos, afirmariam. Guardava uma fieldade que nem a beleza de seu sorriso angelical e infantil denunciava. Trazia uma completude que nem o descontraído cabelo despenteado- que ele tanto se preocupava em melhorar- exibia.
Era especial, sempre fora, mas eu não entendia. E me faria entender.
Mais vezes do que se pode contar.
Porque ele incrivelmente, valia toda a incerteza da perda.
Curava minhas incertezas, abstraia todos os meus medos. Sentia com os quentes olhos, que pareciam derreter ás vezes. Enterrava todas as minhas decepções, e me ajudava a sair do túnel que ás vezes eu mesma cavava. E era assim, que eu gostava dele, e precisava, lentamente, de mais.
E sua voz passou de extra, pra essencial, e suas fotos passaram de futilidade a necessidade. Eu estava acostumando, e não queria conter isso. Então acabou assim, como está.

Algumas pessoas somam infinitamente mais do que subtraem, e a gente precisa valorizar, e mudar o que precisa ser mudado por elas, e aceitar as coisas delas que nos irritam, e rir das bobagens sem graça que elas falam. Nunca se dá valor, até perder.



Camila.

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