quinta-feira, 8 de dezembro de 2011

Sem floreios ou meias palavras.

Uma vez eu decidi que palavras machucam mais do que atos.E que atos, valem infinitamente mais do que palavras.
Uma vez eu decidi que palavras bonitas nos curam somente no momento em que são ditas.Já ouvi demais de declarações mal escritas e um pedaço de tempo em branco, que deveria ter sido preenchido.
Uma vez que percebi que minhas escolhas afetavam muito mais do que a mim, resolvi considerar todos aqueles que direta ou indiretamente seriam afetados.
Uma vez que descobri que minhas escolhas deixariam dor, saudade, tristeza e solidão...escolhi fazer da minha vida, uma vida de outros também.Decidi fazer da minha vida, uma chance para outras pessoas serem felizes, de encontrarem na minha existência uma forma de sentir coisas inexplicavelmente únicas e boas.
Esse ano não haverá natal pra mim.E por exclusiva responsabilidade, escolhi aumentar o valor da vida.Porque afinal, nós podemos fazer isso.
Aumentar o valor de uma vida, é nada mais do que com uma unica vida, tornar outras vidas tão importantes quanto a própria, melhores.
Pensar nos outros também não é fácil, e acaba por se tornar complicado, já que a própria felicidade é sempre a mais desejada.Mas, e quando...na grande maioria das vezes, a própria felicidade depende da felicidade alheia?Ainda faz algum sentido viver para si?
Algumas pessoas vêem nessa afirmativa uma imaturidade e perda de tempo, mas então eu lhes pergunto: -Há uma só pessoa no mundo, a quem você daria o mais forte e mais feliz pedaço da própria vida?
Quem diria que não há ninguém?
Não consigo imaginar o tempo como principal símbolo de experiência.É como ter uma caneta e um papel na mão, e dizer que o tempo da caneta vai influir diretamente no que será escrito.Uma caneta mais antiga não teria necessariamente menos tinta, se não tivesse sido usada.
Os sonhos são feitos de um papel muito fino, e vão embora muito fácil pra se pensar demais antes de vivê-los.






domingo, 4 de dezembro de 2011

Ninguém nunca disse...


...que a vida seria fácil.


Ninguém nunca disse que seria fácil buscar a felicidade...a completude.
Ninguém nunca disse que formar uma família,criar filhos, cultivar amizades e sonhar sempre alto seria uma tarefa simples.Qualquer vida é difícil,e é isso que a torna tão única.Não há, por sobre a terra, uma só vida que não se forme de dramas e infortúnios.
A maioria das pessoas do mundo fala da dor como se fosse um problema, fala dos problemas como se fossem eternos.Qual o sentido do choro se nada além da morte é pra sempre?Se tudo muda? Simplesmente não há razão.Mas quem falou em razão? Choros são feitos de coração, de sentimentos, da mais refinada e crua emoção.São somente a forma mais simples de esvair o quão de tristeza não aguentamos mais em nós mesmos.
Há quem chore de ódio, ao ceder a parte mais pura de seu sentimento e não ser enxergado.
Há quem chore de desespero, ao descobrir que as pessoas não podem ser mudadas ou melhoradas por ninguém menos do que elas mesmas.Ao perceber que por mais que queiramos o melhor para alguém, nada muda pelo querer.
Há quem chore de saudade ou desistência, por acreditar não ser mais capaz de ver alegria a um palmo de si.
Há quem acredite que não pode mais viver sem um certo coração, que não é o próprio.
A única certeza entre tantas incertezas é a de que a vida tem um fim.Cada sonho deixado para trás vira um pedaço do futuro que deixa de existir.Não importa o quanto o universo evolua e expanda, a vida correrá sempre na mesma linha fina e rente ao chão, como um filme passando lentamente.A diferença é que algumas pessoas estarão no filme sofrendo,mas vivendo.Outras estarão sentadas...assistindo a própria vida passar diante de si, amarguradas e fracas demais para viver.E assim sobrevivem.



quinta-feira, 1 de dezembro de 2011

Descobri que...


...algumas coisas nunca voltam, se perdem no vento como areia fina.E desejamos ter um dia que seja, para voltar...
...E mudar tudo aquilo que nos machucou tanto depois.Desejamos apagar algumas palavras ásperas, e ter mandando flores para aqueles a quem um dia amamos.Desejamos ter feito algumas pessoas derramarem lágrimas de felicidade...Desejamos ter presenteado aqueles que um dia, nem que apenas por um dia, nos fizeram verdadeiramente felizes.
Desejamos ter sido menos desconfiados.Menos receosos.Mais intensos.Desejamos não ter deixado amores tão especiais escaparem por gestos rudes.E descobrimos que todas as palavras,todos os gestos, todas as lágrimas e sorrisos...foram para formar quem somos, quem nos tornamos com a dor.
Descobrimos que a dor nos fez fortes como uma rocha perto do mar... que há centenas de anos aguenta pancadas ferozes de ondas, que se quebram a cada novo segundo.
Descobri o quanto é unica a sensação de receber flores, esperei tantas noites,tantos invernos e verões...Tantas paixões passando diante dos meus olhos com a esperança de sentir o quão bom seria parecer especial para alguém.
Descobri o quão estranho é acordar e achar no ar o doce e puro aroma de rosas vermelhas.Achar lembranças escondidas, relembrar de amigos que se foram,de amores mal cultivados.E descobrir que a vida continuou pra mim.Descobrir que há um papel em branco nas mãos, e uma caneta com muita tinta.
Descobri que o que torna as pessoas tão especiais, são seus prazos de validade.São a certeza de que um dia, por mais bonito que amanheça...elas irão embora.E só restarão aromas, lembranças, mágoas,alegrias,choros.